Conheça nossas pesquisas em andamento

Conheça aqui o que cada um dos nossos mestrandos e doutorandos estão pesquisando. E se tiver dúvidas ou interesse, entre em contato. Os e-mails estão disponíveis no link “Equipe de Pesquisa”. Teremos muito prazer em tirar suas dúvidas!

Atualmente estamos com 1 Pesquisa de Pós-Doutorado e 4 Pesquisas de Doutorado em andamento:

Mariele Canal Bonfante

Desde 2016 me dedico a estudar quais fatores são relevantes para que a cadeia produtiva de ímãs de Terras Raras que está sendo implementada no Brasil seja sustentável. Atualmente estou vinculada ao projeto Rare Earth Global Industry and New Applications, que visa a produção dos chamados “imãs verdes”, ou seja, a obtenção de ímãs de alto desempenho para aplicações em turbinas eólicas e carros elétricos da forma mais sustentável possível. Minha pesquisa de pós-doutorado é focada na obtenção de um conjunto de indicadores ESG (Environmental, Social and Governance) para o monitoramento da sustentabilidade do primeiro laboratório-fábrica de ímãs de Terras Raras da América latina, o LabFab.


Jéssica Prats Raspini

Você sabe o que veículos elétricos, geradores eólicos, smartphones e HDDs têm em comum? Todos eles contêm Ímãs de Terras Raras (ITRs) em suas estruturas.

Neodímio e praseodímio são os elementos de terras raras mais utilizados pela indústria global. No entanto, esses elementos são considerados materiais críticos e seu processo de mineração apresenta elevados níveis de consumo de água e energia, além de uso intenso de produtos químicos. Ainda, o mercado de terras raras é dominado pela China, fato que representa um risco de fornecimento desses elementos às cadeias de suprimentos globais.

Neste contexto, a utilização de matéria-prima secundária é uma alternativa à mineração e importação desses elementos. Ímãs podem ser reutilizados, remanufaturados ou reciclados. Assim, a adoção da economia circular na indústria de ímãs de terras raras pode garantir o fornecimento da matéria-prima e contribuir com a redução dos impactos ambientais. Na minha pesquisa de doutorado vou desenvolver um modelo de avaliação do nível de adoção da economia circular pela indústria brasileira de ímãs de terras raras, com auxílio de ferramentas de multicritério de apoio a decisão (MCDA). Essa pesquisa está relacionada às Linhas de Pesquisa 1 e 2 do LGAA.  


Marina Ilka Baumer Cardoso

Você já ouviu falar em como medir a economia circular em empresas?

A economia circular (EC) surge como alternativa ao modelo econômico atual, e propõe que, em vez de vender e esquecer os produtos, as empresas usarão os produtos como oportunidades para a contínua criação de valor e para relacionamentos duradouros e contínuos com os clientes. Nesse sentido, o desafio das empresas não é ser menos destrutivo, mas se tornar uma força positiva. Uma empresa que deseja contribuir para a EC, seja pela ambição dos stakeholders ou requisitos legais, precisa entender o que realmente está dentro de suas responsabilidades e esfera de influência. Por isso, quantificar aspectos da EC nas empresas é fundamental para compreender a situação atual, definir pontos de melhoria e apoiar a transição.

Diante desse cenário, minha tese de doutorado tem como objetivo desenvolver um índice, chamado de Overall Circularity Effectiveness (OCE), para avaliar o nível de adoção de economia circular em empresas de manufatura. Um índice de fácil medição e capaz de representar o nível de adoção da EC em empresas de manufatura, utilizando apenas dados quantitativos, de forma prática e simples, possível de ser aplicado por indústrias de diferentes ramos e com conhecimento ou não dos princípios da EC. O índice proposto, além de poder ser utilizado por empresas, também pode contribuir para o desenvolvimento de políticas e estratégias de adoção da EC, e auxiliar na compreensão da EC de forma mais objetiva e simplificada para a sociedade, colocando luz sobre a real situação das empresas em relação a EC. Essa pesquisa está relacionada a Linha de Pesquisa 1 do LGAA.


 Patrícia Regina da Silva Zaluski

Um dos principais problemas da atualidade é garantir que os níveis de emissões estejam abaixo do limite pré-industrial até o ano de 2050. Contudo é necessário que governantes se alinhem em medidas internacionais para uma transição de economia de baixo carbono. Essa transição não é tão simples assim, pois envolve um alto risco financeiro e incertezas.

Os modelos chamados IAMs, do inglês Integrated Assessment Models são desenvolvidos há mais de 40 anos, com propósito de avaliar os impactos da ação antropológica no globo terrestre. Estes modelos são atualmente utilizados para auxiliar a tomada de decisões por formadores de políticas, economistas e cientistas. Contudo, como principal desvantagem destes modelos, temos a alta agregação estrutural e simplificação que acabam subestimando os níveis de incertezas e riscos, atrasando a adoção de medidas por parte de governantes e stakeholders. Uma alternativa viável aos modelos tradicionais, sugerida pela literatura recente é fortemente baseada na teoria da complexidade, com uso de modelos interdisciplinares focados no indivíduo como um ser independente (ex. Modelos baseados em agentes). A construção de um modelo híbrido juntando as vantagens do System Dynamics e modelagem baseada em agentes acabam suprindo as carências apontadas pela literatura em relação aos IAMs.

Em minha tese implemento o modelo IAMs híbrido no setor agrícola brasileiro, especificamente no mercado de soja de exportação. O mercado financeiro será retratado pela identificação de padrões de comportamento e sensibilidade de séries históricas, considerando os princípios da teoria da complexidade, econometria e econofísica. Trabalhando o comportamento mercadológico, é possível então inserir variáveis exógenas como as alterações climáticas e avaliar como tais mudanças afetam o mercado. Com isto em mente é proposto um mecanismo que, ao representar de forma dinâmica o sistema financeiro e ambiental como um todo, seja capaz de auxiliar a formulação de políticas econômicas eficazes na mitigação de gases de efeito estufa (GEE) no setor. Essa pesquisa está relacionada à Linha de Pesquisa 2 do LGAA. 


 Paulo Vitor dos Santos Gonçalves

Os resíduos sólidos são considerados uma das externalidades da nossa sociedade que mais impacta o planeta. Estes subprodutos causam impactos ambientais, sociais e econômicos e são resultante de uma equação composta pela exploração dos recursos, consumismo, descarte acelerado e no crescimento populacional.

Nesse contexto, novas alternativas surgem para atenuar essa problemática e reduzir seus impactos. Dentre estas, a economia circular emerge como um modelo econômico restaurativo e regenerativo com o intuito de manter os produtos, componentes e materiais em sua mais alta utilidade e valor em todos os momentos.

Dito isto, esta tese de doutorado tem por objetivo elaborar um índice pautado num modelo multicritério de apoio a decisão (MCDA) para mensurar e indicar a circularidade dos resíduos sólidos de uma empresa, sob a perspectiva dos princípios da economia circular. Pretendo trazer uma teórica, mas principalmente desenvolver parâmetros de circularidade dos resíduos sólidos que possam servir de modelo para empresas de diferentes setores e em diferentes cenários. Essa pesquisa está relacionada às Linhas de Pesquisa 1 e 2 do LGAA.


 E nossas Pesquisas de Mestrado em andamento são:

Alexandre Augusto Karl

Você reconhece as contribuições da dimensão social da Economia Circular (EC) para a sociedade, organizações e países?

Os modelos lineares de produção e consumo costumam trazer problemas nas três dimensões – ambiental, social e econômica – conduzindo a vida no planeta Terra a riscos em todo o seu sistema.

A Economia Circular possui potencial benéfico à sociedade e aos seus stakeholders, entretanto, a relação conceitual, impactos e ferramentas sociais da EC ainda não são exploradas adequadamente, considerando que a EC pode exercer papel essencial na promoção do bem-estar de indivíduos e comunidades, como distribuição de benefícios sociais, criação e aumento da qualidade de empregos.

Na minha dissertação de mestrado, proponho analisar as práticas sociais da Economia Circular, suas contribuições para os ODS ou Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Agenda 2030) e avaliar os principais indicadores sociais adotados pelas organizações. Essa pesquisa está relacionada à Linha de Pesquisa 1 do LGAA.


Danieli Braun Vargas

Você sabe o que fazer com seus resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE) e também com os acessórios deles?

Eles estão inclusos no instrumento da logística reversa que, no caso dos REEE domésticos, foi regulamentada pelo Decreto Nº 10.240/2020 e tem como base a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei Federal 12.305/2010). De forma resumida, a logística reversa é o retorno dos produtos e embalagens ao setor empresarial (isto é, retornar aos distribuidores, comerciantes, fabricantes e importadores) para reaproveitamento, seja por reutilização, reciclagem, recuperação, reaproveitamento energético ou disposição final ambientalmente adequada. Alguns sistemas de logística reversa já implantados que podem citados como exemplos são o caso das lâmpadas, pilhas e baterias, pneus e outros.

Os REEE, embora requeiram cuidados específicos no tratamento, são compostos de materiais passíveis de geração de renda por meio da reciclagem, tendo seu valor de matéria-prima recuperado na mineração urbana, na tentativa de fechar o ciclo da cadeia dos eletrônicos. Assim como propõe o modelo econômico da economia circular, tornando resíduos insumos de processos, de forma restaurativa e regenerativa, já que representam oportunidades econômicas, ambientais e sociais.

A minha pesquisa vem para contribuir com a identificação dos atores envolvidos nos canais reversos de pós-consumo, caracterizando os canais, identificando as atividades de logística reversa realizadas pelos intermediários e por fim, analisando o grau de estabelecimento de tais canais reversos. Com o objetivo de responder quais são as alternativas para os municípios melhorarem a organização dos canais reversos de REEE seguindo as exigências do Decreto Nº 10.240/2020. Por fim, destaco que esta pesquisa está relacionada a Linha de Pesquisa 2 do LGAA..


Jeffson Veríssimo de Oliveira

Você sabe qual é o papel da educação e a contribuição das universidades para o desenvolvimento sustentável?

Segundo a UNESCO e as Nações Unidas, a educação tem um papel fundamental para um futuro sustentável, desafiando as Universidades a assumirem uma posição de liderança nas questões de sustentabilidade e mudanças climáticas. À medida que as universidades educam a próxima geração de cidadãos, elas podem ter um impacto maior no desenvolvimento sustentável do que qualquer outro setor da sociedade.
Nesse contexto, é essencial identificar um conjunto de indicadores que possam auxiliar no aprimoramento da gestão e dos resultados operacionais dessas Instituições de Ensino Superior (IES), sobretudo sob aspectos da gestão ambiental. Minha pesquisa de mestrado está atrelada a um projeto (ERASMUS+) da UFSC que visa, por meio da cooperação de uma rede internacional de IES de vários países, aumentar a contribuição das universidades para o desenvolvimento sustentável. Para tanto, o projeto visa a implementação de práticas sistemáticas ambientais alinhadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU na UFSC e todas as demais 14 Universidades participantes.
Na minha dissertação buscarei propor algumas estratégias para o desenvolvimento sustentável e aprimoramento da gestão ambiental em Instituições de Ensino Superior, estratégias essas alinhadas ao conceito de Economia Circular e aos ODS. Minha pesquisa está relacionada às Linhas de Pesquisa 1 e 2 do LGAA.

Rafaela Francisca Moreira Barbosa

De acordo com o relatório What a Waste 2.0 do Banco Mundial, aproximadamente 2.01 bilhões de toneladas de resíduos sólidos (RS) são gerados anualmente pelo mundo. Para lidar com o crescimento desses números busca-se estudar meios que transformem a integração da cadeia de RS e a Economia Circular (EC) é vista como uma potencial ferramenta para essa questão.

Para a Fundação Ellen MacArthur, a EC é definida como um sistema restaurador e/ou regenerativo por intenção e design. A ideia de resíduo para a EC é diferente da que temos formada na nossa cabeça! O resíduo é analisado por uma visão mais contínua e cíclica, no qual os recursos passam a gerar mais valor por mais tempo e, no fim, ainda podem ser reaproveitados para outros ciclos de produção ou consumo. Sabemos que manter uma economia baseada numa visão linear, de extração-consumo-descarte, não será sustentada de forma eficiente, pois os recursos naturais são finitos.

Transformar esse processo na gestão de resíduos sólidos de modo mais “circular” traz a possibilidade de ampliação do ciclo de vida e consequente diminuição na geração de resíduos, além de preservar o meio ambiente. Nesse contexto, minha dissertação estudará os indicadores de circularidade em resíduos sólidos. Pretendo também elaborar uma proposta de ferramenta de avaliação desses resíduos considerando a visão e os conceitos da economia circular. Minha pesquisa está ligada às pesquisas dos doutorandos Paulo e Jéssica e alinhada às Linhas de Pesquisa 1 e 2 do LGAA.